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O que é infertilidade? Entenda os sintomas, causas e tratamentos
Revisão médica: Dr. Geraldo Caldeira Ginecologista e Obstetra
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a infertilidade atinge 17,5% da população adulta (cerca de 1 a cada 6 pessoas) em todo o mundo, afetando homens e mulheres.
Esse número de casos destaca a importância do diagnóstico precoce e do conhecimento a respeito das opções de tratamento disponíveis. Saiba mais sobre a infertilidade no artigo completo abaixo.
O que é infertilidade?
A infertilidade é definida como a dificuldade de um casal em conceber após 12 meses de relações sexuais regulares sem o uso de métodos contraceptivos.
Esse não é um problema raro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge entre 50 a 80 milhões de pessoas no mundo, sendo 8 milhões de pessoas só no Brasil.
Essa condição pode afetar tanto homens quanto mulheres, sendo considerada um problema de saúde que requer avaliação médica especializada.
É importante lembrar que a infertilidade não é uma sentença definitiva, mas sim um desafio que pode ser tratado. Com os avanços na medicina reprodutiva, muitos casais conseguem realizar o sonho de ter filhos através de diagnósticos precisos e tratamentos adequados.
Diferença entre Infertilidade x Esterilidade
Infertilidade e esterilidade são termos que, embora sejam usados como sinônimos, possuem significados diferentes. A infertilidade refere-se à dificuldade de engravidar, sendo possível alcançar a gravidez com o tratamento adequado para cada caso.
Já a esterilidade indica a incapacidade biológica de conceber, como em casos de ausência de espermatozoides ou remoção do útero.
Tipos de Infertilidade
Entender os tipos de infertilidade é fundamental para orientar o diagnóstico e escolher o tratamento ideal para cada casal. Basicamente, existem duas formas:
- Infertilidade Primária: ocorre quando um casal nunca conseguiu engravidar, mesmo após 12 meses de tentativas regulares sem contraceptivos.
- Infertilidade Secundária: é a dificuldade de engravidar novamente após uma gravidez anterior, que pode ter sido bem-sucedida ou não.
As causas de ambos os tipos podem estar relacionadas a fatores masculinos, femininos ou até mesmo a uma combinação de ambos.
De forma geral, Dr. Geraldo Caldeira recomenda que mulheres com mais de 35 anos, que estejam tentando engravidar há mais de 6 meses, busquem a orientação de um especialista. Para aquelas com mais de 38 anos, a recomendação é procurar ajuda imediatamente.
Quais são os principais sintomas da infertilidade?
Embora a infertilidade seja frequentemente identificada após tentativas frustradas de concepção, alguns sintomas podem indicar possíveis problemas de fertilidade.
- Menstruações muito curtas, longas ou ausentes.
- Falta de ovulação, caracterizada por ausência de muco cervical ou ciclos sem alterações hormonais.
- Dores severas durante o período menstrual, ou crônicas, na região pélvica.
- Dificuldades como disfunção erétil ou ejaculação precoce.
Causas da Infertilidade
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), cerca de 30% dos casos de infertilidade estão associados a fatores femininos, 30% a fatores masculinos, 30% a uma combinação de ambos e 10% permanecem sem uma causa definida, sendo classificados como Infertilidade Sem Causa Aparente (ISCA).
Por isso, é fundamental que a investigação da infertilidade seja feita sempre com foco no casal. Avaliar ambos os parceiros é o caminho mais eficiente para identificar as causas e escolher o tratamento adequado.
Fatores que causam infertilidade feminina
Os fatores femininos que afetam a fertilidade estão frequentemente ligados a condições que interferem na ovulação, qualidade dos óvulos ou na anatomia reprodutiva. Conheça algumas condições que merecem atenção especial:
- Idade: a fertilidade diminui com o avanço da idade, especialmente após os 35 anos. A qualidade e quantidade dos óvulos se reduzem, e as chances de gravidez caem de 20% aos 30 anos para 5% aos 40, chegando perto de 0% aos 44 anos.
- Disfunção Ovulatória: a ovulação irregular ou ausente é uma das principais causas de infertilidade. Pode ser causada por síndrome dos ovários policísticos (SOP), alterações hormonais, obesidade, estresse ou uso de medicamentos.
- Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): síndrome endócrino metabólica que provoca irregularidades menstruais, aumento de hormônios masculinos e aumento da resistência periférica à insulina. Além de afetar a fertilidade, também impacta a saúde metabólica.
- Alterações Tubáreas: obstruções nas trompas de Falópio impedem o encontro entre óvulo e espermatozoide. As principais causas incluem endometriose, infecções pélvicas e cirurgias abdominais.
- Endometriose: caracterizada pelo crescimento de células do endométrio fora do útero, causa inflamação, aderências e alterações no ambiente pélvico, dificultando a fertilidade. Também pode provocar dores intensas e desconforto.
- Trombofilias: doenças que aumentam o risco de coágulos sanguíneos na placenta, levando a abortos de repetição. Podem ser hereditárias ou adquiridas.
- Outras Causas: doenças crônicas, alterações imunológicas e fatores genéticos também podem interferir na fertilidade e precisam de avaliação médica.
Fatores que causam infertilidade masculina
Os fatores que podem comprometer a fertilidade masculina estão geralmente relacionados à produção, qualidade ou transporte dos espermatozoides. A seguir, confira as principais causas:
- Varicocele: é a dilatação das veias testiculares causada por uma deficiência das válvulas nas veias do cordão espermático. Essa dilatação aumenta a temperatura dos testículos, prejudicando a produção e a qualidade dos espermatozoides.
- Criptorquidia: ocorre quando os testículos não descem para a região escrotal, permanecendo no abdome ou na região inguinal durante o desenvolvimento fetal. Isso eleva a temperatura dos testículos e afeta a produção de espermatozoides.
- Fatores Genéticos: alterações nos cromossomos podem levar à redução severa ou ausência de produção de espermatozoides. Essas alterações podem causar infertilidade e aumentar o risco de problemas genéticos nos filhos, tornando o cariótipo e testes genéticos essenciais em alguns casos.
- Estilo de Vida: hábitos como tabagismo, abuso de álcool e drogas, sedentarismo, obesidade e uso de anabolizantes contribuem significativamente para a redução da fertilidade masculina.
- Obstrução no Transporte do Sêmen: a saída do sêmen pode ser comprometida por disfunções ejaculatórias (como em casos de traumas raquimedulares ou diabetes descompensado), vasectomia, cirurgias pélvicas, traumas testiculares ou ausência congênita bilateral dos ductos deferentes.
- Infecções do Trato Genital Masculino: infecções por vírus, clamídia, gonorréia e outras DSTs podem prejudicar tanto a produção de espermatozoides quanto causar obstruções no trajeto do sêmen.
- Outras Causas: incluem tumores como câncer de testículo e linfoma de Hodgkin, além de tratamentos como quimioterapia e radioterapia. Exposição a agentes tóxicos, como pesticidas, cádmio e manganês, também pode afetar a fertilidade masculina.
Fatores Combinados
É importante reforçar que a infertilidade muitas vezes envolve fatores presentes em ambos os parceiros. Por exemplo, é possível que a mulher tenha uma condição como a síndrome dos ovários policísticos, enquanto o homem apresenta varicocele, combinando causas que afetam a fertilidade do casal.
Por isso, é essencial que a avaliação da infertilidade seja sempre feita de forma conjunta, para identificar todas as variáveis envolvidas e traçar o melhor plano de tratamento.
ISCA (Infertilidade sem Causa Aparente)
A ISCA, abreviatura para Infertilidade Sem Causa Aparente, refere-se a casos em que, mesmo após uma avaliação completa, envolvendo exames detalhados, não é possível identificar um diagnóstico claro para a infertilidade do casal.
Essa modalidade de infertilidade representa, em média, de 5% a 10% dos casos diagnosticados. Apesar de não haver uma causa evidente, isso não significa que o sonho de ter filhos esteja fora de alcance.
Nesses casos, é fundamental contar com o acompanhamento de um especialista, pois, com a orientação adequada, é possível explorar tratamentos que aumentem as chances de realizar o sonho da maternidade e paternidade.
Como é feito o diagnóstico para infertilidade?
O diagnóstico de infertilidade é realizado de forma detalhada e individualizada para cada casal. Exames específicos são indicados para mulheres e homens, visando identificar as causas e direcionar o melhor tratamento.
Para mulheres
No caso das mulheres, investigamos a reserva ovariana por meio de exames como o AMH, o FSH e a contagem de folículos antrais. Também avaliamos o útero e as trompas por ultrassonografia e histerossalpingografia, além de dosar hormônios que influenciam diretamente na ovulação e na saúde reprodutiva.
Para homens
Para os homens, o espermograma é fundamental, pois analisa a quantidade, qualidade e motilidade dos espermatozoides. Em alguns casos, complementamos com dosagens hormonais para entender melhor a produção espermática.
Os principais tratamentos para infertilidade
O tratamento para infertilidade é sempre personalizado, respeitando as causas identificadas no diagnóstico e as particularidades de cada casal. O objetivo é oferecer as melhores opções para aumentar as chances de gravidez e tornar o sonho de formar uma família uma realidade.
Abordagens Clínicas: Em muitos casos, medicamentos podem corrigir alterações hormonais, estimular a ovulação ou tratar condições específicas que dificultam a concepção. Essas abordagens são indicadas quando o diagnóstico aponta para causas tratáveis sem necessidade de intervenções invasivas.
Procedimentos Cirúrgicos: Algumas condições, como miomas, endometriose ou alterações nas trompas, podem exigir cirurgias corretivas. Esses procedimentos restauram a anatomia reprodutiva, permitindo que o corpo volte a funcionar naturalmente e melhore as chances de uma gravidez espontânea.
Técnicas de Reprodução Assistida: Para casos mais complexos, a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV) são os tratamentos mais indicados. A FIV, por exemplo, é uma técnica avançada em que o embrião é formado em laboratório e transferido diretamente para o útero, oferecendo excelentes taxas de sucesso.
Caso você apresente algum dos sintomas ou condições mencionados, é essencial consultar um médico especialista para iniciar o tratamento adequado.
A Clínica de Reprodução Humana – IPRH, fundada pelo Dr. Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra com mais de 30 anos de experiência, oferece diversos tratamentos de reprodução humana pensados e individualizados.
Cada abordagem é cuidadosamente avaliada e planejada para atender às necessidades de cada casal, com o acompanhamento próximo e humanizado que a jornada da fertilidade exige.
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REFERÊNCIAS:
Dr. Geraldo Caldeira – Ginecologista e Obstetra I Especialista em Reprodução Humana – CRM 46809-SP
BVSMS. Infertilidade Masculina. Disponível em:https://bvsms.saude.gov.br/infertilidade-masculina/. Acesso em 22 jan 2025
BVSMS. Infertilidade Feminina. Disponível em:https://bvsms.saude.gov.br/infertilidade-feminina/. Acesso em 22 jan 2025