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Doação de Óvulos
Revisão médica: Dr. Geraldo Caldeira Ginecologista e Obstetra
A ovodoação surge como uma alternativa para casais que enfrentam desafios de infertilidade, oferecendo a possibilidade de realizar o sonho da maternidade por meio da doação de óvulos.
Esse método é seguro, regulamentado e pode ser a solução ideal para quem não pode utilizar seus próprios óvulos para a gestação.
Saiba mais sobre a ovodoação, os diferentes tipos, aspectos legais e como funciona o processo no texto completo abaixo.
O que é ovodoação?
A doação de óvulos é um procedimento da medicina reprodutiva, regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) através da resolução 2.320 de 2022. Nele, uma mulher, com idade inferior a 35 anos, doa seus óvulos de forma voluntária para outra que enfrenta dificuldades para engravidar.
Após a doação, os óvulos são fertilizados em laboratório, por meio da Fertilização In Vitro (FIV) e os embriões resultantes são transferidos para o útero da receptora, possibilitando a gestação.
Para quem o tratamento é indicado?
Este tratamento é indicado em diversos casos relacionados à infertilidade.
Entre as situações mais comuns estão:
- Baixa reserva ovariana e idade materna avançada (acima de 45 anos), já que ao longo dos anos os óvulos vão sendo perdidos por meio de ovulações periódicas.
- Falência ovariana prematura.
- Mulheres submetidas a tratamentos oncológicos com comprometimento da reserva ovariana.
- Mulheres com alguma doença genética que impossibilite de gerar embriões saudáveis como, por exemplo, acondroplasia, hemofilia e Síndrome de Marfan.
Aspectos legais da ovodoação
A prática de doação de óvulos, no Brasil, é legalizada e formalmente regulamentada. Ela deve permanecer anônima, ou seja, os receptores não conhecem os doadores e vice-versa, exceto em casos de doadoras com parentesco de até 4º grau de um dos receptores.
Além disso, a doação não pode ocorrer de forma lucrativa ou comercial, ou seja, a doadora não pode receber compensação financeira pela doação e é proibida a comercialização de óvulos.
Quais são os tipos de ovodoação?
Existem diferentes modalidades de ovodoação, adaptadas às necessidades das pacientes e dentro dos critérios estabelecidos pelo CFM.
Conheça os tipos a seguir:
Ovodoação altruísta
A ovodoação altruísta ocorre quando a doadora oferece seus óvulos de forma voluntária. Nesse modelo, o sigilo é mantido entre as partes, com a doadora e os receptores não se conhecendo.
Ovodoação compartilhada
A ovodoação compartilhada ocorre quando uma mulher que está passando por um ciclo de fertilização in vitro (FIV) decide doar parte dos seus óvulos para outra mulher, também em tratamento de reprodução assistida. Esse modelo visa ajudar duas mulheres simultaneamente, dividindo os óvulos gerados em um único ciclo.
Ovodoação familiar
Em 2022, o CFM aprovou uma resolução que possibilita a ovodoação dentro do âmbito familiar, viabilizando a doação de óvulos entre parentes de até 4º grau, desde que não haja consanguinidade.
É fundamental que o relacionamento entre as partes seja transparente e consensual, sendo recomendada a orientação de um psicólogo para acompanhar os aspectos éticos e emocionais envolvidos.
Quem pode doar?
Para ser uma doadora de óvulos, é necessário atender a alguns critérios:
- Ter entre 18 e 35 anos.
- Não ter doenças transmissíveis, de cunho genético ou doença psiquiátrica grave.
- Realizar uma avaliação médica e triagem laboratorial exigida pela ANVISA, que envolve sorologias (Hepatite B e C, Sifilis, HIV I e II, HTLV I e II, Zika IgM) e cultura de secreção vaginal (Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Bactérias aeróbicas).
Como funciona o processo de ovodoação?
Para a doadora
Para a doadora, o processo começa com uma estimulação dos folículos ovarianos, para a produção de óvulos, que é feita por meio de uma medicação subcutânea aplicada durante 10 dias.
Em seguida, por volta do 12º dia, os óvulos são captados por meio da punção ovariana, uma técnica guiada por ultrassom transvaginal, realizada sob anestesia superficial (semelhante a de uma endoscopia).
Para a receptora
No caso da receptora, primeiro é realizada a Fertilização In Vitro (FIV), onde a fecundação do óvulo acontece em laboratório e os embriões são cultivados em ambiente controlado durante 5 dias.
Após isso, o embrião em seu estágio de blastocisto, é transferido para o útero da paciente.
Quais as chances de engravidar com ovodoação?
As taxas de sucesso podem variar de acordo com fatores como condições uterinas e qualidade dos espermatozoides, entretanto, elas podem atingir de 60% a 70%.
Tem algum risco?
A doação de óvulos é um procedimento seguro, realizado com acompanhamento médico. No entanto, como qualquer tratamento, pode haver efeitos colaterais, como:
- Dores de cabeça;
- Dor no local da aplicação hormonal;
- Desconforto abdominal;
- Oscilações no humor;
- Hiperestimulação ovariana.
Conclusão
A ovodoação é um tratamento que possibilita a muitas mulheres realizarem o sonho da maternidade, mesmo diante de desafios reprodutivos.
Com um acompanhamento especializado e um planejamento personalizado, essa técnica oferece segurança, ética e altas taxas de sucesso.
Os óvulos congelados do banco de óvulos (doados) são registrados com base nas características físicas e na tipagem sanguínea da doadora, garantindo que sejam destinados às receptoras com perfil compatível.
A epigenética desempenha um papel fundamental ao fazer com que o bebê gestado pela receptora apresente características semelhantes às dela, mesmo com o DNA sendo diferente. Esse processo fascinante influencia o desenvolvimento de determinados fatores genéticos, ativando alguns e inibindo outros, dentro do útero da receptora.
Na Clínica de Reprodução Humana – IPRH, fundada pelo Dr. Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra com mais de 30 anos de experiência, realizamos tratamentos de Fertilização In Vitro (FIV) com doação de óvulos, garantindo um atendimento humanizado e adaptado às necessidades de cada paciente.
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REFERÊNCIAS
Dr. Geraldo Caldeira – Ginecologista e Obstetra I Especialista em Reprodução Humana – CRM 46809-SP
Conselho Federal de Medicina – CFM